Atendimento a pessoa com TDAH
Fui diagnosticado com TDAH na vida adulta, após não receber um diagnóstico adequado em uma visita ao Centro de Atenção Psicossocial (CAPS). Havia procurado o CAPS devido a problemas comportamentais persistentes que estava enfrentando e, inicialmente, fui informado de que não havia nenhum diagnóstico específico para minhas questões.
Após buscar auxílio de um médico especialista particular, recebi o diagnóstico de Transtorno do Déficit de Atenção. Desde então, tenho recebido tratamento com esse especialista, mas os custos das consultas e medicamentos estão se tornando financeiramente insustentáveis para mim, especialmente por ser estudante.
Decidi tentar transferir meu tratamento para o sistema público de saúde (SUS), pois havia ouvido falar que o SUS oferecia assistência para esse tipo de transtorno. No entanto, minha experiência ao tentar acessar esse serviço foi extremamente frustrante e complicada.
Inicialmente, retornei ao CAPS com os laudos e documentos do especialista, buscando orientação sobre como prosseguir no SUS. Fui orientado a buscar encaminhamento em um posto de saúde. No posto, apresentei os documentos e solicitei o encaminhamento devido à necessidade urgente de minha medicação. O médico do posto emitiu o encaminhamento de volta ao CAPS.
No entanto, ao retornar ao CAPS, fui informado de que não poderiam me fornecer a receita para o medicamento, pois não possuíam "receitas amarelas". Eles me enviaram de volta ao posto de saúde. No posto, explicaram que também não tinham acesso a essas receitas e me instruíram a falar com a secretária de saúde.
Após várias idas e vindas entre o CAPS e o posto de saúde, consegui obter duas receitas através de um funcionário de um outro posto no qual fui procurar a secretária de saúde, embora esse funcionário tenha indicado que a responsabilidade de fornecer as receitas era do serviço de acolhimento e que o paciente não tinha que ir busca-las.
Ao retornar ao posto, novamente fui redirecionado ao CAPS para buscar a prescrição médica. Por fim, um enfermeiro se dispôs a ir ao CAPS em meu nome para tentar obter a receita. No entanto, quando ele retornou ao posto, não me deu informações sobre o progresso.
Então, um indivíduo no posto, confrontou-me no corredor, acusando-me de utilizar o nome do CAPS para obter as receitas. Apesar de tentar explicar que estava apenas seguindo as instruções dadas, a situação se tornou tensa. Eu insisti em ser atendido ou, caso não fosse possível, receber uma negativa de atendimento formal e o motivo.
Ele então se identificou como médico e afirmou que o ocorrido no corredor foi o meu atendimento e que ele não poderia me fornecer a receita, pois não era especializado no tratamento do TDAH. Ele alegou que, segundo uma avaliação realizada no CAPS há mais de um ano, não havia sido identificado nenhum transtorno e, por isso, não poderia me encaminhar para outro profissional.
Apesar disso, ele afirmou que não se recusou a me atender, embora essa interação no corredor fosse considerada como tal. Ele sugeriu que eu poderia obter uma cópia desse registro na segunda-feira, se desejasse.